POR MIRIAM PAÇO
“Quem usou avião para chegar a esta conferência? Quantos aqui sabem a quantidade de carbono que emite?” As perguntas foram disparadas por Robert Swan a todos os líderes empresariais presentes no Fórum de Sustentabilidade Corporativa na última sexta-feira, dia 15. Mesmo constrangidos, a maioria levantou os braços em sinal de afirmação. O objetivo era provocar uma reflexão sobre o papel de cada um na liderança por um desenvolvimento sustentável. “Ninguém pode mandar os outros fazerem o que não quer fazer”, declarou.
No final dos anos 80, Robert Swan se tornou o primeiro homem a cruzar os dois pólos do planeta a pé. Para chegar ao Rio de Janeiro, Robert enfrentou uma viagem de cerca de dois meses a bordo do iate 2041 para defender a urgência da preservação da Antártica. O nome da embarcação é uma menção ao ano em que o tratado de proteção do continente poderá ser alterado.
No evento, Robert afirmou que é preciso inspirar as novas gerações que estão na liderança para que sejam conscientes da importância do desenvolvimento sustentável. “Nós precisamos ser positivos. Quando eu fiz essa viagem, me disseram que eu não ia conseguir, mas eu acreditei. Precisamos acreditar no que podemos fazer pelo ambiente.”
Na abertura do Fórum, para servir de “inspiração”, Robert apresentou o projeto de construção da primeira base educacional do mundo que funciona inteiramente à base de energia renovável. Concluído entre 2002 e 2007, a E-Base – como ficou conhecida – serviu para transmitir para escolas e universidades da Antártica mensagens sobre as possibilidades da energia limpa e em defesa do lugar. “Se podemos construir um local assim lá, podemos fazer isso no mundo todo”, defendeu.