quinta-feira, 30 de agosto de 2012

UFRJ irá repor aulas em cinco semanas após a greve

O Conselho de Ensino de Graduação (Ceg) decidiu ontem que a reposição de aulas deverá ter a duração de cinco semanas. Em nota divulgada hoje, a possibilidade de ter aulas ministradas aos sábados e em horários fora da grade curricular deverá ser considerada, desde que siga as características de cada unidade, curso e turno. Segundo o Ceg, essa medida é uma garantia para que a carga horária das disciplinas seja totalmente cumprida no período previsto para a reposição. Os alunos também terão o direito de requerer novas avaliações de recuperação.

sexta-feira, 24 de agosto de 2012

A importância da greve

POR PAULO DOMENECH ONETO

Hesitei bastante em escrever este texto. Hesitei por duas razões. Primeiro, porque eu não queria que soasse como um manifesto tardio pela greve de docentes universitários que se estende desde maio, justamente quando a questão fundamental sempre me pareceu outra. Segundo, porque descobri no decorrer da greve o quanto o “campo” de nossa “categoria” está “minado”. A imagem necessita ser explicada, mas posso logo dizer o motivo pelo qual uso o termo “descoberta”. Descobri sim. Pois, afinal, sou um professor novo na universidade pública brasileira, e que passou muitos anos fora. Eu não estava a par do que se passava por aqui. Não sabia como as mudanças pelas quais passa a sociedade capitalista haviam refletido sobre a categoria de docentes universitários brasileiros. Hoje vejo que o primeiro efeito foi típico: fragmentar a categoria, desviar o foco para individualizar, de modo que doravante teremos que usar aspas – “categoria”. Segundo efeito: como indica o filósofo Michel Foucault, junto com as novas relações de poder - concretas e heterogêneas - que se colocam (no caso a fragmentação) vem o discurso que as organiza e busca legitimá-las. E aí surge o que chamei de “campo minado”. Domina entre nós o discurso da competência individual como solução de tudo, do pesquisador que deve competir por fomentos e bolsas e publicar qualquer coisa em vez de se preocupar com esta entidade “abstrata” chamada universidade. Como dizia um comentador, atualizando Foucault: “está em construção uma concepção que postula a existência de uma relação independente entre organização e indivíduo”. No caso da universidade, usa-se apenas uso o rótulo “UFRJ” para perseguir uma carreira individual “meritória”.

domingo, 19 de agosto de 2012

Professor da UFRJ diz que greve nas universidades federais é "burra, injusta e covarde"

POR ALINE BONATTO (*)

A greve das instituições federais chegou a três meses. Para o professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) Marcio Tavares D’Amaral, a reivindicação por melhores salários e revisão do plano de carreira deve ser de outro jeito. Professor da graduação e da pós-graduação da Escola de Comunicação da UFRJ e com 40 anos de experiência, Marcio acredita que os professores devem lutar, mas precisam usar as armas que têm, não um mecanismo que foi criado no século XIX.

sábado, 11 de agosto de 2012

É a educação, Ministro!

POR MUNIZ SODRÉ (*)

Greve de professor é mesmo greve? A quem se dispuser a refletir sobre a questão, é aconselhável pesquisar o pragmatismo americano, que atribui grande importância à terminologia como vetor de consolidação ou de mudança ideológica na vida social. Veja-se greve: no contexto semântico do neoliberalismo e na mentalidade seduzida pelo “capitalismo cognitivo”, registra-se uma tendência nada sutil para expurgar da História contemporânea essa palavra.

sexta-feira, 27 de julho de 2012

Em greve e invisíveis

POR MARCIO TAVARES D’AMARAL (*)

Sou professor universitário há 40 anos. E sou contra greves de professores públicos. Greves, invenção dos operários no século XIX, têm uma estrutura simples: trabalhadores param, perdem os salários; empregadores perdem os lucros. É preciso negociar. E a greve é em si mesma um fato político. A sociedade entende, a mídia cobre. Conosco, não. Mantemos os salários. O governo não tem prejuízo, salvo o da imagem. Como a mídia não cobre, a sociedade não sabe desse desgaste. E nossas greves se arrastam, a população não sabe exatamente por que. Maiores salários, claro. Plano de carreira? Muito abstrato. Nossa greve não é um fato político autoexplicativo. Precisa ser interpretada. Mas nós não chegamos ao povo. O governo se faz de morto. Ninguém produz imagem. Numa sociedade para a qual só a imagem dá realidade, ficamos invisíveis. Nossas universidades, vazias. E os alunos, que têm esperanças e olham para nós, são os que perdem.

quarta-feira, 25 de julho de 2012

[AO VIVO] Alunos da UFRJ fazem Ocupação Cultural do Canecão

Ecos está ao vivo do Canecão, onde alunos fazem uma ocupação cultural pedindo uma audiência pública com a reitoria sobre a situação do Canecão e outras reivindicações no campo da cultura. Eles defendem que a casa de shows seja transformada em um centro cultural totalmente público, com ingressos a preços populares.

sexta-feira, 13 de julho de 2012

Calouros: segunda lista de aprovados 2012.2

O Ministério da Educação divulgou nesta sexta-feira (13) a segunda lista de candidatos aprovados no Sistema de Seleção Unificada (Sisu). Mesmo com a greve dos servidores técnico-administrativos, as matrículas deverão feitas nos dias 17 e 18 de julho. Os servidores que não aderiram à greve estão cumprindo as tarefas consideradas essenciais, entre elas, a matrícula do Sisu.

quinta-feira, 28 de junho de 2012

Países sul-americanos criticam economia verde

POR REBECA GEHREN

Em meio aos discursos de representantes e chefes de Estado de 191 países, Bolívia, Equador e Venezuela posicionaram-se contra a economia verde. O conceito foi impulsionado ao final da Rio+20 no documento final intitulado “O futuro que queremos”. Com diferentes visões e interpretações, esses países acreditam que a transição para a economia verde mercantiliza a natureza.

segunda-feira, 25 de junho de 2012

Comunidades cariocas abrem discussões sobre a Rio+20

Inauguração do “Comunidades na Rio+20” busca maior participação das favelas nas questões socioambientais


POR BEATRIZ HUMPHEYS  E THAÍS VIEIRA

Na última segunda feira (18), Pavão-Pavãozinho e Cantagalo presenciaram a inauguração do “Comunidades na Rio+20”, no Espaço Criança Esperança. O evento buscou incentivar a participação dos moradores das favelas cariocas no debate sobre meio ambiente. A programação, que contou com exposições, feira de economia solidária, apresentações de artistas locais e trabalhos de Ongs, atraiu um público que ia de estrangeiros a moradores do asfalto.

O mundo muda e a economia também

POR FLÁVIA AGUIAR

Em atividade autogestionada da Cúpula dos Povos, o fundador do Foro Latinoamericano de Ciencias Ambientales (Flacam) Rubén Pesci destacou a finitude do atual sistema capitalista. O argentino, que conduziu o debate “Desenvolvimento sustentável no Brasil e na América Latina” na última sexta-feira (22), acredita que o sistema financeiro ainda prevalece sobre o desenvolvimento sustentável.