domingo, 17 de junho de 2012

Cúpula discute o direito à água

POR CARLA DUARTE

Pablo Solon foi um dos coordenadores da plenária que criticou a mercantilização da água nesta última sexta-feira, 15, na Cúpula dos Povos. Para ele, a luta para que o recurso continue sendo um bem de todos é antiga. O ativista citou como exemplo a Austrália, onde o termo water rights refere-se ao direito sobre a fonte de água e a privatização de aquíferos. “O setor privado está pensando em qual valor a água deveria ter”, alertou. “Não estamos falando só nos direitos sobre a propriedade da fonte, mas também em uma valorização adequada da água”, afirmou.


Pablo Solon apresentou a plenária sobre direito humano à água
Houve consenso entre os ativistas de que a economia verde é uma forma de manutenção da economia global tal como é hoje. Segundo eles, ela tampouco busca alternativas ao extrativismo de combustíveis fósseis. Para a ativista norte-americana Linda, que trabalha há mais de 20 anos com o tema na Califórnia, o adjetivo “verde” deveria ser retirado, já que a economia segue a mesma. Solon, por sua vez, ironizou ao perguntar qual seria sua diferença para a economia marrom.

Ativista Linda atua no Judiciário e apoia pequenas comunidades da Califórnia
De acordo com Reginaldo Vieira, da Fundação Mara Atlântica Cearense, a economia verde no debate foi caricaturada. Para ele, a questão da água não deve ser pensada de forma cartesiana. “Os problemas da água não vão ser resolvidos pensando só na água. Pensar de forma isolada é apostar na nossa incompetência. Temos que lembrar que a questão da água se relaciona com os alimentos sem agrotóxicos e o direito à moradia”, criticou.
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