domingo, 17 de junho de 2012

Reciclagem: o meio ambiente agradece

Cooperativa de Mesquita recicla por mês 70 toneladas de lixo


POR CARLA DUARTE


Com 2.500 pontos de coleta em cinco municípios da Baixada Fluminense, a Cooperativa Mista de Coleta Seletiva (CoopCarmo), do bairro de Jacutinga, Mesquita,  recicla por mês cerca de 70 toneladas de lixo. Lana, uma das participantes da CoopCarmo, conduziu uma conversa sobre a participação das mulheres na reciclagem que aconteceu na Cúpula dos Povos nesta sexta-feira. “A CoopCarmo existe desde 1993 e vem transformando a vida de muitas mulheres da comunidade”, afirmou. Segundo ela, o nome CoopCarmo é uma homenagem a Nossa Senhora do Carmo. O projeto nasceu após a viagem de um pároco da igreja local, que viu em Santa Maria, no Rio Grande do Sul, o exemplo de uma cooperativa que havia transformado uma comunidade.

Houve dificuldade por conta da falta de suporte do poder público. Lana disse que no início havia poucos recursos e força de trabalho. “Sofríamos preconceito na rua quando recolhíamos o lixo, nos chamavam de ‘cheirosas’. A situação mudou depois que Mesquita foi emancipada e o prefeito da época nos apoiou comprando um caminhão”, contou. A parceria com a Ong belga Terre Autre Terre também foi crucial. Atualmente, treze mulheres e um homem dão conta de todo o trabalho.


A cooperativa ajuda no resgate da cidadania das mulheres


Elas já tiveram experiências ruins com homens que trabalharam na cooperativa. “Enquanto nós trabalhávamos eles ficavam nos fundos do galpão, soltando pipa.” Por isso, elas decidiram trabalhar somente com mulheres. O único homem que trabalha com elas é um idoso, que sobreviveu a três derrames e encontrou na cooperativa sua única oportunidade de trabalho.

Muitas mulheres que trabalham na cooperativa são sobreviventes de violência doméstica. Para elas,  ter sua própria renda ajuda a superar a realidade de agressão que viveram. Hoje, a cooperativa cresceu e até treina pessoas que estão começando a trabalhar na área. Lana é cozinheira do espaço, além de fazer bijuterias com materiais reciclados. Ela contou que trabalhando com reciclagem encontrou uma forma de melhorar a autoestima: descobriu que, confeccionando seus adereços, consegue transformar o lixo em algo belo. 
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