POR NATHÁLIA JUSTO
A jornalista Sally Burch, da Agência Latino-Americana de Informação, apontou a manutenção da produção e a ampliação da difusão de mídias independentes como possíveis respostas de políticas públicas para garantir o direito à comunicação. O debate foi parte do II Fórum Mundial de Mídia Livre, realizado na UFRJ no último sábado (16). Ela defendeu ainda garantia de espaço à diversidade, além de um maior acesso à informação pública.
A jornalista Sally Burch, da Agência Latino-Americana de Informação, apontou a manutenção da produção e a ampliação da difusão de mídias independentes como possíveis respostas de políticas públicas para garantir o direito à comunicação. O debate foi parte do II Fórum Mundial de Mídia Livre, realizado na UFRJ no último sábado (16). Ela defendeu ainda garantia de espaço à diversidade, além de um maior acesso à informação pública.
Sally também aposta na educação midiática, isto é, a capacidade de aprender, compreender e interpretar as mensagens que cada meio transmite. Para ela, a interatividade permite não somente receber informação desses meios, mas também produzir, o que possibilita uma maior participação no processo comunicativo.
Graça Solo, da Marcha Mundial das Mulheres, relatou a experiência que viveu em Moçambique. Logo depois da independência, em 1975, o país enfrentou uma guerra civil de dezesseis anos. Nesse período, a população sofreu fortes perseguições e o controle rígido de um governo autoritário. Apesar da situação ter mudado nos últimos anos, Graça revelou que os meios de comunicação ainda passam por dificuldades. “O poder local ainda é muito forte e se faz muito presente na mídia, sobretudo por causa da publicidade estatal. Sem esse financiamento, é difícil se manter”, afirmou.
O professor da UFF Denis de Moraes afirmou a relevância de impedir a oligopolização dos meios midiáticos. Segundo ele, Bolívia, Equador e Venezuela são países que vêm lutando contra o domínio da grande mídia e que têm obtido resultados bastante favoráveis.
Para Denis, os três setores da comunicação – estatal, privado e público, este último composto pela sociedade civil e organizações comunitárias – podemcoexistir sem atritos. Denis foi enfático ao defender o fomento à produção nacional independente e afirmou que o processo necessário para assegurar o direito de comunicação a todos será árduo. Citando Lênin, ele defendeu a existência de uma “análise concreta da realidade concreta”.