terça-feira, 12 de junho de 2012

Nova geração analisa soluções ambientais na Youth Blast

POR MIRAM PAÇO

Na abertura da Youth Blast, a Conferência da Juventude para a Rio+20, o ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho, defendeu a participação efetiva da sociedade civil nas decisões públicas e reconheceu o esgotamento do atual sistema. O evento, realizado no último domingo, dia 10, reuniu jovens de vários países para discutir a participação da juventude nas decisões sobre desenvolvimento sustentável.

“O modelo baseado em um processo de exclusão se esgotou e está pedindo a nós uma alternativa. Por isso, é muito importante mergulhar na Rio+20 com a ambição de gerarmos novas perspectivas”, defendeu o ministro. “Consideramos muito significativo que o primeiro evento da Rio+20 seja feito por jovens da sociedade civil. É preciso pensar em crescimento com inclusão social. O jovem tem a responsabilidade de inovar, a capacidade de ir contra todos os paradigmas, de criar.”




Pedro Telles, da Vitae Civilis, também estava presente e destacou a importância da garantia de direitos como saúde, educação e segurança para se pensar em desenvolvimento sustentável. Para ele, o debate em torno da sustentabilidade tem evoluído, mas não em ritmo satisfatório. “Não estamos aqui apenas para aprender, mas para construir. A Youth Blast é o momento ideal para planejar o que fazer na Rio+20 e depois da conferência. E esse processo precisa ser divertido porque, se não for, não é sustentável.”

Após vinte anos desde que foram tomadas as primeiras decisões para o desenvolvimento sustentável, o coordenador-residente do Sistema Nações Unidas no Brasil, Jorge Chediek, relembrou a elaboração da Agenda 21, cujas metas ainda não foram plenamente atingidas. Para ele, apesar da evolução tecnológica e do desenvolvimento econômico, o consumo exagerado de hoje compromete o futuro e é preciso reestabelecer metas.

“A missão dos Majors Groups é a de resgatar a importância dessa agenda e de estabelecer os parâmetros para o futuro da humanidade. Hoje, temos tecnologia e recursos que não tínhamos há vinte anos. É uma questão de vontade política”, declarou. “Vocês, jovens, não podem deixar interesses políticos impedirem a implantação de uma agenda por um mundo melhor. O planeta precisa da intervenção ativa da sociedade civil.” Chediek ressaltou que cerca de dois terços da humanidade é formada por jovens de até 30 anos.




Apesar das diferenças culturais e do idioma, crianças e adolescentes aproveitaram o espaço para trocar experiências uns com os outros e expor suas ideias. “Eu acho que os jovens têm ideias inovadoras para apresentar e eles serão os líderes futuros”, contou Meicy, de Hong Kong. Já para Bernard, da Malásia, a Youth Blast representa uma oportunidade única para jovens líderes falarem o que pensam: “Aqui, podemos ver o que o mundo está fazendo e encontrar soluções para os problemas ambientais.”

A abertura da conferência, foi seguida por sessões de orientação, divididas em grupos, para explicar a importância da Rio+20. No debate, o coordenador adjunto da Juventude do Ceará, Eugenes Eleuterio, defendeu a preservação do bioma da caatinga, o único no Brasil que ainda não é protegido por nenhuma lei de preservação ambiental. “Precisamos de uma agenda prática e efetiva. A juventude não pode só questionar, mas mostrar que pode fazer, colocar em prática”, disse.

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