O chefe indígena Almir Suruí chegou acompanhado pela família na inauguração do que considera “a realização de um sonho”. Apresentado como exemplo de parceria entre a empresa e a sociedade indígena, o Google Earth lançou neste sábado, dia 16, no Fórum de Sustentabilidade Empresarial para a Rio+20, o Mapa Cultural Suruí. A plataforma permite a visualização da floresta, bem como de elementos que caracterizam o ambiente local e a tradição dos índios que vivem na região Amazônica. “Temos muito a ajudar na construção de um mundo mais consciente. Arriscamos nossa vida para proteger o meio ambiente”, afirmou Almir.
Esta é a primeira vez que a parceria é feita com uma comunidade indígena. Para o chefe, mais do que ajudar na preservação do território, o projeto funciona como uma plataforma de comunicação da tribo com o mundo. “A ocupação da Amazônia foi muito agressiva para o nosso povo. Hoje, a tecnologia é uma das ferramentas mais importantes para dialogar com as políticas públicas para gestão do território”, destacou.
A ideia surgiu em uma das viagens de Almir aos Estados Unidos, quando ele decidiu propor à Google uma ferramenta que ajudasse na preservação do território amazônico. O aplicativo foi montado com a ajuda da família, que tirou fotos de madeireiros ilegais na floresta e gravou vídeos explicativos sobre a cultura da tribo Paiter-Suruí.
“Agora, quando falarem em desmatamento, vão poder consultar meu pai. Ele está promovendo nossa cultura no Brasil e no mundo”, comemorou Walela, filha do chefe, sem esconder o orgulho pelo pai. Para ela, o projeto também vai ajudar a propagar a cultura indígena.
Para a executiva-chefe do Google Earth Outreach, Rebeca Moore, o mapa permite que as comunidades indígenas possam contribuir para o diálogo sobre sustentabilidade com o mundo. “Nós trabalhamos muito para fazer os melhores mapas. Se não tivéssemos o controle de mapas de terras indígenas, faltaria uma parte importante de nosso trabalho. Esse projeto é muito excitante porque mostra um povo que vive há gerações promovendo o desenvolvimento sustentável”, contou. O site ainda não está disponível diretamente no Google Earth, mas pode ser acessado pelo site do Paiter-Surui