terça-feira, 12 de junho de 2012

Estudantes monitoram emissões de CO2 nas universidades

POR MIRIAM PAÇO

“É importante discutir a preservação do meio ambiente nas universidades. O exemplo de uma pode servir para as outras”, disse Siiri Bigalke, aluna do Smith College, em Massachusetts, nos Estados Unidos. Durante a Youth Blast, realizada no último domingo, dia 10, estudantes de universidades americanas e francesas apresentaram modelos de desenvolvimento sustentável adotados nos seus campi.

Siiri é líder de um grupo chamado “Green Team”, comandado apenas por estudantes da Smith College. Um dos projetos mais significativos organizados pela faculdade foi o “Separate oil and State”, que mobilizou alunos de diferentes cursos para tirar fotografias segurando um cartaz com o nome do projeto. “As fotos foram enviadas aos senadores para mostrar que realmente nos importamos com a causa”, afirmou Siiri.


Ela também destacou a realização de uma auditoria do lixo, que mostrou aos alunos a quantidade de descarte feita pela universidade com o objetivo de mostrar como é possível separar e reciclar. “Esse evento durou apenas uma semana, mas serviu para todos perceberem o quanto que eles produzem de lixo em casa também.”

Na Universidade de Columbia, também nos Estados Unidos, os projetos são operados com apoio do prefeito de Nova York, Michael Bloomberg. Entre eles, está a implantação de sistemas de reciclagem, compostagem e um transporte público para o deslocamento dos estudantes dentro do campus, com segurança e usando menos gasolina.

No entanto, de acordo com Krystal Laymon, aluna da mesma instituição, a implantação desses projetos envolve alguns obstáculos que dificultam a adoção de práticas sustentáveis. “Muitas vezes, as pessoas pensam que há mais custos do que benefícios em ser verde e nem sempre enxergam o quanto a faculdade consome”, disse a estudante.

A New York University, por sua vez, concede incentivos financeiros para os alunos que queiram trabalhar em algum dos projetos em meio ambiente oferecidos pela faculdade. Uma das ideias desenvolvidas pelos estudantes foi o compartilhamento de bicicletas, prática que passou a ser adotada em toda a cidade de Nova York.

Mas nem todos os planos saíram como o esperado. De acordo com Melanie Sluyter, a universidade tentou adotar um modelo de energia sustentável, baseado no gás natural, mas acabou aumentando o impacto ambiental. “A forma como o gás é extraído não é sustentável. No final, a faculdade escolheu o gás natural não por ser melhor, mas por ser mais barato”, afirmou.

Na França, na faculdade Sciences Po, Celine Ramstein explicou que os estudantes perceberam que havia emissões excessivas depois de fazerem um balanço entre a produção e o consumo de carbono no campus. O resultado das pesquisas demonstrou que o desequilíbrio vinha do sistema de transportes, o que foi resolvido com ajuda financeira da própria universidade, que incentivou o uso de meios de transporte menos poluentes, como bicicletas. O trabalho do grupo liderado por Celine envolveu ainda a conscientização dos outros estudantes do campus. “O maior obstáculo que temos é justamente o de conseguir atingir a todos na faculdade, mas estamos investindo nisso.”


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