Inauguração do “Comunidades na Rio+20” busca maior participação das favelas nas questões socioambientais
POR BEATRIZ HUMPHEYS E THAÍS VIEIRA
Na última segunda feira (18), Pavão-Pavãozinho e Cantagalo presenciaram a inauguração do “Comunidades na Rio+20”, no Espaço Criança Esperança. O evento buscou incentivar a participação dos moradores das favelas cariocas no debate sobre meio ambiente. A programação, que contou com exposições, feira de economia solidária, apresentações de artistas locais e trabalhos de Ongs, atraiu um público que ia de estrangeiros a moradores do asfalto.
A abertura contou com a presença de representantes da Associação de Moradores do Cantagalo e do Pavão-Pavãozinho e da Ong Entrelace, que mantém projetos sociais nas comunidades. Um dos representantes do Cantagalo considerou o evento como uma oportunidade para as comunidades apresentarem seus valores positivos. Ao final do discurso, propondo uma reflexão mais crítica, declarou: “Que as comunidades não sejam mais pano de fundo, mas passem a desempenhar um papel importante, no plano de frente das discussões.”
Rogério Cruz, segurança da Faetec dentro do complexo Criança Esperança, afirmou que o Cantagalo só pôde oferecer condições para a realização de um evento depois da chegada da UPP, em dezembro de 2009. “É a primeira vez que a comunidade agrega um evento desse porte, que atrai gente de fora”, disse. Ele explicou que o Espaço Criança Esperança funciona como centro de atividades, aulas e cursos técnicos.
Estande da Entrelace divulga seu trabalho na comunidade |
Além da instituição Criança Esperança, a Faetec e o Afroreggae também são responsáveis por realizar projetos. Para Rogério, contudo, a maior parte da comunidade dificilmente se engaja nas atividades do Espaço. “Se não é comida ou emprego, o pessoal nem quer muito saber”, disse o segurança, afirmando que a maioria dos alunos matriculados nos cursos é de fora da favela.