segunda-feira, 14 de maio de 2012

Comunicação por quê?

Ariel chegou perdida e se encontrou. Rakel estava decidida, até que a certeza esmoreceu

POR ANDRESSA GUERRA E RAPHAELLA ARRAIS

Quando se pensa em um grupo de universitários do mesmo curso é normal imaginar pessoas com perfis semelhantes e interesses e sonhos bastante parecidos. Nas faculdades de comunicação social, no entanto, a realidade é outra. Por seus corredores circulam estudantes com ambições completamente diferentes — e até mesmo desprovidos de uma, já que encontrar alguém que entrou nesse meio por acaso é corriqueiro.

A procura de indecisos pelo curso é grande e a explicação começa no vestibular, no qual os estudantes têm que optar por uma área entre humanas, exatas e biológicas. “Usei como critério as minhas específicas, pois sempre gostei mais de história e português na escola”, contou Ariel Menezes, estudante do segundo período da Eco.

Além disso, o leque de possibilidades que as habilitações oferecem é um enorme atrativo para quem não sabe o que fazer. Isso porque, ao invés de entrar na universidade com a profissão determinada, os alunos têm tempo para experimentar. “Apesar de ter começado a faculdade sem saber o que queria, já na primeira semana tive contato com algumas atividades nas oficinas para os calouros”, explicou Ariel. A oficina foi oferecida pelo Limk. Atualmente, ela é bolsista do grupo e se diz satisfeita com a experiência. “Hoje me encontrei. Agora tenho certeza que quero fazer publicidade, com ênfase em planejamento e marketing.”

O inverso também pode acontecer, como no caso de Rakel Cogliatti, que ingressou na Eco certa de sua escolha por jornalismo. Hoje, no entanto, se dedica às artes cênicas e está envolvida em um par de projetos ainda em fase de desenvolvimento. “Quando entrei, já imaginava tudo. Como ia ser, o que ia aprender e que caminho queria seguir”
caminho queria seguir”, relembrou a atriz-jornalista, formada no fim de 2010. “Doce engano. Com o tempo, tudo mudou.”

Apesar de não ter seguido a carreira jornalística, ela não desmerece o tempo passado na universidade. “A faculdade abriu a minha mente e teve um papel importante na minha evolução, não só profissional, mas pessoal. Hoje a minha paixão é outra, mas tudo que eu aprendi foi muito válido e útil para o meu trabalho”, disse.

O vínculo com o jornalismo se manteve. Hoje, além dos trabalhos como atriz, Rakel escreve algumas matérias como freelancer para a revista Gypsy, voltada para o meio artístico. “É difícil abandonar completamente a profissão. Ela que ela tem um charme quase irresistível”, justificou. “Apesar de ser um ofício complicado e no qual o retorno financeiro nem sempre corresponde ao esforço, ela te retribui de outras maneiras igualmente gratificantes.”

Como Ariel, Rakel também foi bolsista em seus tempos de Eco. Antes de começar a estagiar — ela passou dois anos trabalhando na produção de artes cênicas do Oi Futuro — , foi repórter do TJUFRJ. Em sua opinião, foi se envolvendo em projetos como esses e estagiando que pôde ter certeza a respeito do que queria. “No começo do curso, há muita novidade e empolgação”, ponderou. “Só mais tarde, quando elas vão diminuindo, você começa a ver o que é de fato a profissão. O dia-a-dia pode ser bem diferente do que se lê nos livros.”
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