domingo, 17 de junho de 2012

Redução de investimentos em biocombustível fica fora do discurso

POR MIRIAM PAÇO

Foster defende investimentos
em fontes alternativas
Na semana em que a Petrobras anunciou a redução de 2% para 1,6% nos investimentos em biocombustíveis, a presidente da empresa, Maria das Graças Foster, enalteceu o papel da petroleira no investimento em fontes alternativas de energia. Em 2011, a estatal teria investido US$ 2,6 bilhões em saúde, segurança e meio ambiente. A presidente esteve presente na abertura do Fórum de Sustentabilidade Empresarial da Rio+20 na última sexta-feira, dia 16.

Embora não tenha mencionado a redução no discurso, tentando se esquivar dos jornalistas, Maria das Graças afirmou que o motivo para a diminuição foi a falta de bons projetos no ano passado. “De todas as nossas atividades, a Petrobras Biocombustíveis é uma empresa em formação. Então, os investimentos dependem de projetos viáveis que tragam retorno para nós ”, afirmou.

Sobre os pouco mais de 16 milhões de pessoas que vivem em situação de extrema pobreza no Brasil, a presidente ressaltou a importância da inclusão social como forma de gerar mercado consumidor. “Precisamos incluir pessoas para que tenham melhor qualidade de vida e se tornem consumidoras.”

Durante o discurso, ela defendeu ainda a necessidade de estabelecer parcerias na busca da integração energética. A opinião foi compartilhada pela coordenadora executiva da Onu para a Rio+20, que afirmou que para “tornar o desenvolvimento sustentável uma realidade, é preciso um compromisso de todos os setores da sociedade.”

Já para Elias, chefe executivo da Public Investment Corporation, as metas sustentáveis só poderão ser atingidas caso haja uma mudança na forma como as empresas agem. “É preciso pensar a longo prazo e mudar a maneira como gerirmos nossas instituições. Temos sido muito rápidos na forma como administramos nossos recursos”, afirmou.

Elias criticou também o mercado financeiro, cujas análises direcionam as decisões corporativas sem se preocupar com a sustentabilidade. Para ele, as ações devem ser individuais. “Nós, do setor privado, não podemos esperar o governo regular nossos comportamentos.”

Da esquerda: Elizabeth Thompson, Robert Swan,
Elias Masilela e Maria das Graças Foster
Em vídeo apresentado durante a abertura do fórum, o secretário geral da Onu, Ban Ki-moon reconheceu o encontro como sendo o pontapé inicial na busca da sustentabilidade empresarial. “Já chegou o momento de falarmos de sustentabilidade corporativa. O desafio agora é liderar isso, mas estamos decididos a fazer todo o possível.”

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