POR BEATRIZ HUMPHEYS E THAÍS VIEIRA
Na quinta-feira (21), a mesa de debate “Política brasileira para reduzir o desmatamento”, liderada pela ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, foi subitamente interrompida por uma manifestação de ativistas da SOS Mata Atlântica, Ong em defesa da preservação das florestas. O que começou como um debate pomposo e cheio de formalidades, terminou com um bate-boca entre a ministra e os ativistas.
Palavras grosseiras, xingamentos e acusações foram usados por ambos os lados e muitas vezes falados em inglês para que os participantes estrangeiros entendessem. “A Rio+20 é uma mentira. É palhaçada para gringo ver!”, gritou um ativista. Devido ao transtorno e ao constrangimento, Izabella Teixeira declarou antecipadamente o término da reunião.
Antes mesmo do bate-boca, os protestos já tinham começado com dois manifestantes segurando, calados, panfletos que criticavam as propostas de reforma do Código Florestal. Eles não receberam, entretanto, muita atenção do público. As manifestações só foram percebidas quando um membro do SOS Mata Atlântica pediu, em inglês, um momento de atenção para falar. Ele disse que a população brasileira não está sendo ouvida e que as políticas públicas mencionadas no debate não produziram bons resultados ambientais. Dividida, a plateia hesitou em manifestar-se a respeito. Uma tímida parte aplaudiu o discurso do ativista, enquanto outra apoiou os argumentos da ministra.
A coordenadora de projetos da SOS Mata Atlântica, Malu Ribeiro, considerou o descaso da ministra com a Ong preocupante. “O Ministério não se manifestou sobre a mudança do Código Florestal. A ministra mentiu quando declarou estar em defesa do documento”, disse, reconhecendo que os integrantes da Ong fizeram uso de uma abordagem bastante expansiva. Malu declarou que eles não precisavam ter interrompido o debate daquela maneira, mas reiterou que a sociedade não está sendo ouvida. “Temos que tomar cuidado, pois se uma Ong é expulsa de um evento da Onu, ela é proibida de entrar em qualquer outro organizado pela instituição”, mencionou cautelosa